Criada pelo médico americano Andrew T. Still é uma nova abordagem em medicina. Nos EUA é uma profissão da área médica, mas no Brasil é uma especialidade da fisioterapia
A osteopatia é um tipo de terapia manual que busca regiões do corpo que podem ter tido a sua mobilidade afetada, áreas denominadas de hipomóveis. De acordo com a fisioterapeuta especialista na prática, Mariana Brunsfeld (Crefito 130758-F), o objetivo principal é, através do toque, auxiliar o corpo a restaurar o movimento desta região hipomóvel em seus mais diversos sistemas: seja o craniano, musculoesquelético ou visceral.
Quando o corpo está com dificuldade de se movimentar da forma com que era habituado, uma sobrecarga mecânica ocorre naquela ou em outra região do corpo. “Imagine que você torceu o seu tornozelo. O problema não só acometerá sua forma de caminhar, mas toda a sua marcha! Frequentemente, após algum tipo de trauma físico, nosso corpo tem dificuldade de encontrar seu ‘equilíbrio’ como era de costume, o que fará com que toda a forma com que ele reage mude de acordo com as novas informações que chegam ao seu tornozelo pelo solo e a forma que seu cérebro interpreta essas informações também”, sugere Mariana.
O exemplo dado pela fisioterapeuta foi com um trauma físico, mas, segundo ela, cirurgias, inflamações ou qualquer outro fator estressante ao corpo podem levar as estruturas a trabalharem em sobrecarga e serem fonte de dores. “A osteopatia avalia onde são esses locais e trata manualmente com técnicas específicas para a região, ajudando na recuperação destes movimentos perdidos”, ressalta.
As queixas mais comuns que Mariana afirma ter dentro de um consultório de osteopatia são dores crônicas de forma geral, incluindo dor lombar, ciatalgias, alterações metabólicas, problemas intestinais, cólicas menstruais, enxaquecas e dores de cabeça, tonturas ou labirintites, fibromialgia, refluxo gastroesofágico, alterações de sono, disfunções da ATM, entre várias outras.
Além disso, o tratamento pode ser realizado desde recém-nascidos até idosos. Em países mais desenvolvidos da Europa, tomando a França como exemplo, existe um fisioterapeuta osteopata no sistema básico de saúde. “Todos os bebês logo após o nascimento passarão por uma sessão de osteopatia já no hospital, o que pode reduzir diversos outros problemas de saúde no futuro, além de economizar milhões de euros ao ano para os hospitais já a curto prazo, por diminuir o tempo de internamento de recém-nascidos que necessitam de cuidados intensivos”, conta Mariana.
Se a esse ponto você estiver se perguntando se deveria procurar um fisioterapeuta pós-graduado nessa especialidade, lembre-se de alguns pontos: o sintoma corporal em pauta poderia ter relação com algum tipo de infecção, inflamação, trauma físico, cirurgia, ou qualquer fator de estresse ao corpo? Existe alguma relação com tensão, movimento, e é realmente um sintoma ou sensação corporal? Se sim, a osteopatia poderia ser uma aliada ao seu caso. “Normalmente em meu consultório para iniciar o tratamento, peço 2 sessões com um espaço entre 1 e 3 semanas entre elas. A partir daí conseguimos estabelecer se a osteopatia pode ou não ajudar e ser útil para a queixa que foi procurada. Em alguns casos, em apenas duas sessões a queixa pode ser resolvida. Já para outros, pode demorar mais tempo. O importante é se perceber nesse período entre as sessões, reparar se houve alguma mudança no corpo, na queixa e em outras características. É essencial fazer uma boa avaliação para definir uma conduta específica ao seu caso”. propõe Mariana.
Por se tratar de uma técnica onde um estímulo é dado ao corpo e espera-se uma resposta, a saúde inicial do paciente pode ser fator determinante para a eficácia da técnica. Ela não é milagrosa, um corpo ativo e bem nutrido terá sempre uma capacidade curativa maior do que um corpo sedentário, com má nutrição e com patologias associadas, comenta a fisioterapeuta. Resultados serão sempre individuais e demarcados pela saúde de cada pessoa.
Para procurar um fisioterapeuta osteopata, não é necessário um encaminhamento médico, já que são profissionais de primeiro contato. Se por algum acaso o que você estiver relatando for um caso médico, o bom profissional saberá, inclusive, para qual especialista te encaminhar. “Percebi que por muitas vezes os pacientes estão com dificuldades de saber qual profissional da área médica procurar com suas queixas, e o bom fisioterapeuta é um excelente profissional para fazer uma triagem e encaminhamento. Obviamente, não atenderemos casos agudos, pessoas febris, com traumas graves recentes, riscos de fratura, outros casos descompensados e que necessitem de atenção médica como dores agudas abdominais ou torácicas, por exemplo”, diz Mariana.