Melasma é o surgimento de manchas escuras na pele, normalmente no rosto, mas pode ocorrer em outras áreas expostas ao sol, como braços e colo

 

Aquelas manchas escuras indesejadas que surgem na pele são conhecidas como melasmas. Normalmente, afetam mulheres entre 20 e 50 anos, mas também podem aparecer em homens. Sem causas definidas, muitas vezes, está relacionada ao uso de anticoncepcionais, à gravidez e à exposição solar, além do uso de medicamentos como antiarrítmicos e quimioterápicos. Sendo assim, são diversos os fatores que podem desencadear o surgimento do melasma. Para esclarecer dúvidas e também ficar por dentro de tratamentos e métodos de prevenção, entrevistamos a médica dermatologista Renata Tavares (CRM 19692).

 

Mais Saúde: Quais são os sinais do melasma?

Renata: Manchas escuras ou acastanhadas começam a aparecer na face, principalmente nas maçãs do rosto, testa, nariz e lábio superior (o chamado buço). Pode ocorrer também o melasma extra facial, com aparecimento das manchas escuras nos braços, pescoço e colo. As manchas têm formatos irregulares e bem definidos, geralmente simétricas (iguais nos dois lados). Muitas vezes, as pessoas com melasma podem agravar a condição com um tratamento ou procedimento inadequado, ocorrendo piora das manchas.

 

Mais Saúde: Quais são os tratamentos indicados?

Renata:  O dermatologista é o profissional mais indicado para diagnosticar e tratar esta condição. Os tratamentos variam, mas sempre compreendem orientações de proteção contra raios ultravioleta e à luz visível, que deve ser redobrada quando se inicia o tratamento. As terapias disponíveis são o uso de medicamentos tópicos e procedimentos para o clareamento. Dentre os procedimentos mais realizados estão os peelings e aplicações de luzes ou lasers. É importante salientar, entretanto, que o tratamento do melasma sempre prevê um conjunto de medidas para clarear, estabilizar e impedir que o pigmento volte. Entre os mais indicados estão a fotoproteção, cremes, peelings, laser e luz intensa pulsada.  É importante lembrar que o melasma não deve ser confundido com a pigmentação causada por doenças como lúpus e rosácea, pois, nestas, é proibido o uso de ácidos e alguns tratamentos podem levar a uma piora do quadro.

  • Fotoproteção: O ponto de partida para que o tratamento tenha efeito é a proteção contra os raios solares. As pessoas acometidas por melasma devem aplicar um filtro solar potente, físico e químico, com FPS alto nas regiões afetadas. Em especial, procurar por filtros que tenham proteções contra os raios ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB). O conceito atual do tratamento de melasma considera que o uso de filtros ajuda a estabilizar os benefícios obtidos com o conjunto de medidas descritas aqui;
  • Cremes: Para ajudar na remoção das manchas, os mais usados são a base de hidroquinona, ácido glicólico, ácido retinóico e ácido azeláico. Os resultados demoram cerca de dois meses para aparecer. Não é um método que funciona com todos os pacientes. Mesmo com resultados rápidos, o tempo necessário para estabilizar a condição e impedir que mínimas exposições façam retornar o pigmento pode ser de muitos meses ou anos. Assim, o conceito principal é que pacientes com esta condição necessitam de tratamento e fotoproteção constantes. Outros ativos muito utilizados para o tratamento do melasma são: arbutin, ácido kójico, ácido fítico, ácido tranexâmico e ácido dióico.
  • Peelings: Podem clarear a pele de forma gradual e até mais rapidamente do que os cremes. Existem diversos tipos de peelings, alguns mais superficiais (e mais seguros) e outros que atingem camadas mais profundas da pele. O dermatologista pode auxiliar na escolha do método mais adequado para cada caso;
  • Laser e Luz Intensa Pulsada: Há algumas formas de energia luminosa que podem ajudar no conjunto de medidas para clarear o melasma. Essa modalidade de tratamento deve ser feita com cuidado para não gerar mais pigmentação, motivo pelo qual deve ser realizada por um profissional habituado às fontes de energia luminosa, como o dermatologista.
  • Microagulhamento: Esse tratamento também se denomina como IPCA (Indução Percutânea de Colágeno por Agulhas), baseando-se em diversas agulhas que tem como objetivo perfurar a pele, e assim, estimular o colágeno. Junto com esse procedimento, há também a utilização do Drug Delivery Sistem, que realiza a entrada e a potencialização de ativos no corpo. Isso propicia a redução do tempo necessário para que os resultados apareçam, por meio do oxidante vitamina C.
  • Tratamentos orais: Pode incluir também alguns tratamentos para pele que são ingeridos por via orais, como por exemplo, o antioxidante betacaroteno. Ele tem a função de prevenir o envelhecimento da pele e propiciar o bronzeamento solar.

 

Mais Saúde: Quais são as medidas preventivas para evitar o melasma?

Renata: A maior prevenção para o melasma é a proteção solar. As medidas de proteção devem ser realizadas diariamente, mesmo que o dia esteja nublado ou chuvoso. Como o melasma pigmenta também com a luz visível, os filtros solares comuns não protegem totalmente as pessoas com melasma. Por isso, devem-se associar à fotoproteção filtros físicos, que protegem da luz visível. Outra medida importante é a reaplicação do filtro solar, para manter a proteção adequada durante todo o dia. As pessoas com melasma devem também utilizar roupas, chapéus, bonés, óculos escuros, sombrinhas e guarda-sóis. Toda medida que evite a exposição solar da região acometida deve ser estimulada.

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