Perfil do Respirador Bucal

Lábios rachados, narinas entupidas e falta de concentração são alguns sinais da Síndrome do Respirador Bucal.

O número de crianças que respiram pela boca e apresentam a chamada “síndrome da respiração bucal” (ou insuficiente respirador nasal) é significativo no Brasil. Narinas entupidas, alterações na fala e desconforto na garganta são apenas algumas das características do respirador bucal que acaba prejudicando a qualidade de vida, saúde e o desenvolvimento dos pequenos. “A criança portadora da síndrome do respirador bucal, geralmente, é desatenta na escola ou apresenta, até mesmo, dificuldades de aprendizagem, pois sua respiração não lhe proporciona concentração adequada para o aprendizado”, revela a fonoaudióloga, Fernanda de Carvalho Machado da Costa.

 

Nos estudos, o respirador bucal pode confundir e trocar letras. “Algumas mães notam que o filho troca a letra “b” pelo “p”, mas não sabem o motivo. Isto pode estar relacionado pelo fato de respirar pela boca”, alerta a fonoaudióloga.

 

O ser humano nasceu para respirar pelo nariz pelo simples fato que “ele tem como função filtrar as impurezas do ar e aquecê-lo, já o ar que entra pela boca é mais agressivo ao organismo porque chega ao pulmão com as impurezas do meio ambiente”, explica Fernanda. Conforme ela, a criança que respira pela boca tem uma aparência cansada, não apresenta bom desempenho nas atividades físicas em detrimento da sua capacidade respiratória diminuída. Além disso, podem apresentar alteração na alimentação, não mastigando os alimentos direito, preferindo comidas mais pastosas e ingerindo bastante líquido junto com as refeições.

 

Para diagnosticar o respirador bucal, nem sempre é fácil. “É bom cuidar se os lábios das crianças estão com freqüência rachados e ressecados, se suas amígdalas são hipertróficas (aumentadas), este público apresenta amigdalites seguidas, e quase sempre sofre de apnéia do sono (pausa na respiração durante o sono)”, afirma a fonoaudióloga. As principais causas, além das amígdalas aumentadas, são renites alérgicas e adenóides (também conhecidas como carne esponjosa).

 

O que pode acarretar

Com o passar do tempo, o hábito de respirar pela boca provoca flacidez dos músculos faciais, lábios e língua, insuficiência respiratória, alterações faciais, alterações na postura corporal, má oclusão dentária, boca seca, mau hálito e noites mal dormidas. “O trabalho base é a respiração correta. Com exercícios específicos ensinamos à criança a respiração nasal”, completa Fernanda.

Tratamento

Para tratar, o primeiro passo, segundo a profissional, é detectar a causa que está impedindo a passagem de ar pelo nariz, como adenóides, amígdalas, entre outras. “O fonoaudiólogo trata a função, a estrutura é com outro profissional especialista na área”, esclarece Fernanda.

 

Com a mudança de alguns hábitos viciosos e com o auxílio de exercícios, “a respiração correta poderá ser instalada, ou seja, o nariz ganhará a sua função de volta”, afirma a fonoaudióloga. È realizado, também, uma avaliação da fala do paciente, mobilidade e tonicidade de seus órgãos fonoarticulatórios (lábios, língua e bochechas). “Como, geralmente, estes órgãos estão flácidos é preciso trabalhar com exercícios que visam a mobilidade e tonicidade, perto da normalidade, melhorando assim o desempenho nas atividades físicas, concentração, maior satisfação e, consequentemente, a qualidade de vida e bem-estar do paciente”, ressalta Fernanda.

Fique atenta se a criança: 

 

  • Fica de boca aberta por muito tempo, principalmente ao dormir;
  • Ronca e baba bastante durante o sono;
  • Tem olheiras e aspecto cansado;
  • Ingere o alimento com muito líquido;
  • Possui respiração barulhenta;
  • Apresenta a boca ressecada, a gengiva vermelha e inchada;
  • Está com cabeça, ombros e braços projetados para frente.



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