Esta foliculite atinge diversas pessoas e quando não tratada pode trazer consequências graves para a pele

 

Alguma vez na sua vida ou de uma pessoa próxima já surgiu na pele uma espécie de espinha, só que muito maior e extremamente dolorosa? Se a resposta for sim, você pode ter tido um furúnculo. Ele é muito comum e, em diversas pessoas pode aparecer vários. A médica dermatologista Iara Rodrigues Vieira explica que o furúnculo é uma forma de foliculite profunda que acomete o folículo piloso e a glândula sebácea que está anexa a ele. “Geralmente surge a partir de uma foliculite superficial estafilocócica (infecção do pelo gerada pela bactéria estafilococos aureus), isto é, uma lesão da pele semelhante a uma espinha com pus, que aumenta de volume e se aprofunda formando um abscesso na pele”.

Apenas um exame clínico pode diferenciá-lo de outras doenças. No entanto, pode-se observar alguns sintomas. “Nota-se na pele uma área endurecida, avermelhada, quente e dolorosa que com o tempo amolece e drena o “carnegão” que é uma massa de pus com restos de pele e que ao drenar, extravasar, dá alívio à dor”, explica a especialista.

Os locais mais comuns para o aparecimento de furúnculos são o nariz, axilas e glúteos, mas, ele pode aparecer em qualquer local do corpo, por exemplo, nuca, dorso, coxas e outros. Alguns costumes para curar o furúnculo podem prejudicar e agravar ainda mais essa infecção. A dermatologista desmentiu alguns mitos sobre ele, confira:

 

Revista Mais Saúde: É melhor colocar gelo ou pano quente?

Dra. Iara:  Compressas quentes (agradáveis: não se deve queimar a região!) e úmidas são indicadas para que o furúnculo flutue (amoleça) e possa drenar seu conteúdo o que leva à resolução do quadro (problema) e alívio da dor.

 

Revista Mais Saúde: Quem tem um furúnculo deve espremer?

Dra. Iara: Não se indica espremer o furúnculo, deve-se ao contrário afastar as suas bordas facilitando a saída natural de todo o conteúdo.

 

Revista Mais Saúde: Ele pode ser transmitido de uma pessoa para outra?

Dra. Iara: Sendo uma infecção isso é possível, mas, o mais comum seria o contágio ou a inoculação de um foco portador que geralmente está na própria pessoa, sendo o nariz ou a região inguinal locais onde a bactéria Stafilococcus aureus se encontra hospedada, mesmo sem apresentar sintomas.

 

Revista Mais Saúde. Ficam manchas na pele após curar o furúnculo? E se ficar, como remover?

Dra. Iara: Logo após a resolução, a pele pode apresentar uma cicatriz ou hipercromia (escurecimento) que com o tempo tende a atenuar ou mesmo desaparece. Mas, quando ao invés de um furúnculo, agrupam-se vários furúnculos ao que chamamos “carbúnculo ou antraz”, estes sim podem deixar cicatrizes permanentes.

 

O Furúnculo tem diversas causas, segundo a dermatologista, há certos distúrbios sistêmicos que podem predispor à furunculose como: alcoolismo, má-nutrição, discrasias sanguíneas, distúrbios da função neutrofílica, imunossupressão iatrogênica ou outra incluindo AIDS e Diabete. Se a furunculose se torna repetitiva ou subintrante é importante investigar.

 

O tratamento

A dermatologista recomenda as compressas quentes, agradáveis, que auxiliam na drenagem e na cura, mas em alguns casos há necessidade de incisar, cortar, e drenar o furúnculo. Também se utilizam antibióticos que vão atuar contra a bactéria Stafilococcus aureus. Por isso, é importante consultar um médico especialista.

E deve-se prestar atenção à integridade da superfície da pele que pode ser prejudicada por irritação, pressão, atrito, excesso de suor, dermatite, micose, entre outros. “Isto favorece a porta de entrada para o Stafilococcus aureus que está à espera da oportunidade para causar a infecção. Por isso, investir na higiene pessoal e de seus familiares. Manter as unhas curtas e limpas, roupas de algodão claras e não apertadas seriam recomendações”, afirma Dra. Iara.

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