Seja na formação de um embrião até a manutenção do seu humor, o estrogênio tem um papel importante na saúde feminina
As alterações hormonais são um dos assuntos em voga na sociedade científica, desde que o estilo de vida moderno desencadeou mudanças nos ciclos naturais de todos nós. Menstruações que se iniciam cada vez mais cedo, assim como a menopausa que demora cada vez mais para chegar, são exemplos de como os ciclos tem se alterado, principalmente nas mulheres. Cansaço, suor, instabilidade do peso e irritabilidade são algumas das características que podem indicar um desbalanço dos hormônios femininos. E você, sabe como anda seu estrogênio?
Segundo a endocrinologista Fabiana Ferreira Diéguez, o estrogênio é um hormônio produzido principalmente pelas células foliculares no ovário, apesar de refletir em diversas áreas da saúde feminina. “A principal função do estrogênio no organismo, junto com a progesterona, é preparar o útero para a gestação, e pela produção de óvulos que, quando fecundados, se alojam no útero para formar o embrião. Quando não ocorre a fecundação, a camada de células previamente preparada no interior do útero para receber o bebê descasca e sangra, acontecendo o que chamamos de menstruação”, explica a médica.
Quantidade de estrogênico no corpo feminino
De acordo com a profissional, o excesso de estrogênio raramente é encontrado e quando acontece, é causado por alguma célula tumoral que esteja produzindo. Já a falta do hormônio, acontece quando a mulher está entrando na menopausa. “Durante a fase ovulatória, quando a mulher ainda se encontra em idade reprodutiva, os estrogênios circulam na forma de estradiol (formado primariamente pelos ovários) e estrona (formada a partir da androstenediona nos tecidos extraglandulares)”, explica a médica. “Após a menopausa, a formação extraglandular de estrogênio é a principal via de síntese, e o tecido adiposo é o principal responsável pela formação dele. Com a queda do estrogênio surgem os ciclos menstruais irregulares e a menopausa se instala”, conclui.
Por que ocorre a queda?
De acordo com a endocrinologista, o processo de artresia – redução das células foliculares nos ovários – é o fator causador da queda do hormônio. Mesmo tal fator sendo determinado pela genética, possuir um estilo de vida saudável que inclui atividades físicas, assim como uma boa alimentação, é indicado para que sintomas e efeitos colaterais da transição no organismo sejam mais leves.
A reposição do hormônio deve ser feita sempre sobre orientação médica, para que seus resultados sejam os melhores possíveis. A médica afirma que atualmente, o principal objetivo de reposição hormonal é proporcionar a melhora da qualidade de vida das mulheres na pós-menopausa. “Após analisar os riscos e benefícios em cada paciente, passamos a segunda etapa que é a escolha da opção mais adequada, desde a suplementação natural, terapia de reposição hormonal, uso de moduladores seletivos de receptores estrogênicos, até o tratamento não hormonal. Esta escolha é sempre individualizada”, salienta.