Seus hábitos alimentares podem influenciar na alimentação do seu filho
A obesidade infantil tem crescido muito no Brasil nas últimas duas décadas. Essa pode estar relacionada a fatores hereditários, mas também a maus hábitos alimentares e sedentarismo. Crianças obesas têm mais chances de se tornar adultos obesos. É o que garante vários estudos realizados sobre o assunto. Conforme a pediatra Stela Maris Borges, a origem do problema pode estar dentro de casa. A vida agitada propicia hábitos que predispõem obesidade. Além disso, o consumo de alimentos ricos em gorduras, sal e açúcar pelos pais influencia diretamente a alimentação das crianças, sem falar na falta de atividades físicas na família.
Meu filho está acima do peso. E agora?
De acordo com a pediatra, crianças obesas têm maiores chances de ser um adulto com hipertensão arterial, diabetes, doenças hepáticas e da vesícula biliar, doenças endócrinas, dislipidemias e doenças osteoarticulares. Por isso, caso a criança esteja acima do peso, é preciso procurar ajuda médica. Conforme Stela, é necessário uma equipe multidisciplinar para ter sucesso no acompanhamento da criança e adolescente obeso. Essa equipe deve ser composta pelo pediatra, nutricionista, psicólogo e educador físico. Mas esse tratamento não irá adiantar se ele só for direcionado à criança. A família toda precisa fazer sua parte para incentivar o pequeno.
Cultive bons hábitos alimentares em toda a família
Muitos pais culpam o lanche escolar pelo sobrepeso dos filhos. Mas, em muitos casos, o problema está nos hábitos da família que consome produtos industrializados, frituras e doces em excesso. Por isso, segundo a pediatra, é preciso fazer uma mudança de hábitos alimentares na família em geral, definindo horários para refeições e incluindo alimentos saudáveis no cardápio.
De acordo com a nutricionista India Mara Bottin, uma alimentação equilibrada, rica em verduras, frutas e cereais integrais é a base para uma alimentação adequada e preventiva a obesidade. “Sabe-se que é fundamental refeições coloridas e harmônicas, ou seja, pratos com carboidratos integrais, verduras e proteínas magras”, explica.
Biscoitos, salgadinhos, doces e refrigerantes custam pouco, mas são ricos em sal e açúcar. Resultado: engordam a criança sem fornecer nutrientes. Conforme India Mara, as crianças têm preferência alimentar por doces e frituras, por isso deve-se ter cuidado com o consumo abusivo de alimentos fritos, ricos em gorduras saturadas, alimentos industrializados, doces ricos em açúcares, refrigerantes e bebidas industrializadas. São todos alimentos muito calóricos e com poucas vitaminas e minerais.
“Uma dieta para emagrecimento infantil, deve-se levar em conta o fato da criança estar em fase de crescimento, com isso não se deve indicar uma dieta restritiva para não afetar o desenvolvimento”, diz a nutricionista. “Por isso se deve indicar uma dieta equilibrada no consumo de alimentos calóricos e incentivar o consumo de frutas e verduras”, completa.
Diga não ao sedentarismo e sim às atividades físicas
Segundo a pediatra, os pais também devem estimular aos seus filhos a prática regular de atividades físicas, e diminuir o tempo do pequeno em frente à TV, vídeo game, computadores e celulares. A ideia é reforçar a relação entre pais e filhos, não só nos momentos ligados à comida.
“A prática de atividade física e a escolha da atividade tem que ser a que melhor se adapte a criança e ao adolescente para que este o faça com prazer e tenha o resultado positivo”, diz a médica. Ela ressalta que pode ser dança, natação, futebol, judô, karatê… o importante é que o exercício seja realizado de forma prazerosa e feliz, e que tenha regularidade.
A psicoterapia pode ajudar também
De acordo com a pediatra, a psicoterapia tem papel importante no tratamento da obesidade infantil. Ela pode ser individual ou em grupos, incentivando a perda do peso e o controle dele, estimulando a prática da atividade física, aumentando o convívio social e desta forma levando ao reforço a autoestima e adesão ao tratamento.
Dê o exemplo
As escolhas dos pequenos na hora de montar o seu prato são diretamente influenciadas pelas de seus pais e familiares. Para India Mara, a melhor maneira de incentivar as crianças é através do exemplo. “Pais que mantém uma rotina de alimentação correta e praticam atividades físicas com certeza serão uma bela motivação para a criança. Sem dúvida a melhor motivação é a saúde. Lembrando que hoje há diversos jogos infantis e brincadeiras que incentivam uma alimentação correta e uma vida ativa”, diz.
