Você é o tipo de pessoa que se preocupa e valoriza o seu bem mais precioso, ou é relapso, descuidado? Confira na matéria abaixo
Todos os anos você já tem por hábito procurar o seu médico para fazer uma consulta de rotina e realizar alguns exames que são essenciais para o “check up” da sua saúde? Ou o seu perfil é aquele que só procura o médico, corre ao hospital ou posto de saúde, quando já está sentindo algum sintoma, como dor, febre, fraqueza nos membros?
Se a resposta for sim para a primeira pergunta, você está no caminho certo, garantindo a manutenção da sua saúde e uma melhor qualidade de vida. Contudo, se a resposta foi sim para a segunda pergunta, tome cuidado e lembre-se que o diagnóstico tardio para várias doenças pode acarretar em um processo irreversível. Por isso, realizar alguns exames de rotina, todos os anos, não significa que você é uma pessoa excessivamente preocupada, mas sim que está cuidando e valorizando o seu maior bem – a saúde.
Os exames laboratoriais de rotina, segundo o clínico geral e hematologista Rubens Sponholz Venske Junior, são testes que tem como objetivo ajudar a confirmar o diagnóstico de alguma doença ou apenas verificar se os valores estão dentro do normal. Existem diversos tipos de exames que podem ser feitos para averiguar as mais variadas doenças, porém vamos abordar alguns que são fundamentais para todos em um “check up” de rotina e que devem ser realizados anualmente. Assim como exames importantes que são indicados realizar a partir de certa faixa etária e sexualidade.
Para explicar o que desvenda cada exame laboratorial de rotina, a Revista Mais Saúde contou com o conhecimento e informações transmitidas pelo médico hematologista Rubens Sponholz Venske Junior.
Hemograma: O hemograma permite a análise qualitativa e quantitativa das células do sangue, que são as hemáceas (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.
– Quando os glóbulos vermelhos estão abaixo do normal temos as anemias, que podem ser hereditárias ou decorrentes de algum problema como sangramentos, doenças crônicas e câncer. Quando elevados, temos as poliglobulias ou “sangue grosso”, que podem causar o entupimento dos vasos sanguíneos.
– Os glóbulos brancos quando abaixo do normal indicam leucopenia, e significa que a imunidade está baixa e o risco de infecções aumenta. Quando elevados temos a leucocitose que pode representar a presença de alguma infecção, inflamação ou doença mais grave, como leucemia.
– As plaquetas fazem a coagulação do sangue, e quando abaixo do normal podem levar a sangramentos e hemorragias, quando elevadas podem causar doenças como infarto, derrame e trombose.
Colesterol: Devem ser dosados o colesterol total e suas frações (LDL, HDL, VLDL) e os triglicerídeos.
Esse exame permite a análise dos níveis de gordura no sangue. Gordura essa que vai se acumulando nos vasos sanguíneos, levando a aterosclerose, ou seja, placas nas artérias que vão ser responsáveis pelo entupimento das mesmas, causando infarto agudo do miocárdio e derrames cerebrais.
Pode também se acumular no fígado levando ao quadro de esteatose hepática ou “fígado gorduroso”.
Devido aos maus hábitos alimentares e ao aumento no índice de obesidade, deve ser feito também em crianças e adolescentes, além dos adultos e idosos.
Glicemia (Glicose): Exame que serve para dosar os níveis de açúcar no sangue.
Essencial para o diagnóstico e controle de Diabetes e estados de pré diabetes (níveis altos de açúcar) e situações de hipoglicemia ( níveis baixos de açúcar no sangue).
Creatinina e Ureia: Tem como objetivo analisar o funcionamento dos rins.
Quando elevados podem indicar mau funcionamento dos rins (insuficiência renal)
Exame muito importante para pessoas com hipertensão arterial, diabetes, pois apresentam maior chance de desenvolver doença nos rins.
Transaminases (TGO e TGP): São exames que servem para avaliar a saúde do fígado.
Valores altos podem indicar hepatites, geralmente causadas por vírus, medicamentos ou excesso de álcool.
TSH: Exame que serve para verificar o funcionamento da tireóide.
Valores alterados podem indicar hipotireoidismo (falta de hormônio da tireóide) ou hipertireoidismo (excesso de hormônio da tireóide).
Ferritina: Exame cada vez mais solicitado como rotina e serve para avaliar a reserva de ferro no organismo.
Níveis baixos indicam deficiência de ferro e confirmam anemia ferropriva. Níveis elevados podem indicar sobrecarga ou excesso de ferro.
Ferritina e saturação da transferrina elevados podem indicar uma doença chamada Hemocromatose (doença do excesso de ferro).
O excesso de ferro pode causar doenças como cirrose, diabetes e insuficiência cardíaca, além de afetar glândulas como a tireoide.
A ferritina pode estar elevada também em função de outros fatores como inflamações, hepatites, obesidade e gordura no fígado. Portanto, nem sempre ferritina alta indica hemocromatose, e o tratamento vai depender da causa desse aumento, que deve sempre ser investigado pelo médico assistente.
Radiografia do Tórax: A radiografia (de rádios: radiação e grafos: imagem ou desenho) de tórax é um dos procedimentos diagnósticos mais solicitados, tanto em pacientes hospitalizados quanto nos pacientes de consultório. É uma das técnicas mais baratas, rápidas, fáceis de realizar e que brindam informação inicial suficiente e muitas vezes definitiva ao médico.
Esse exame, segundo a médica radiologista Flávia Virmond, diagnostica doenças dos órgãos torácicos como pulmões, coração, mediastino e coluna torácica. “Entretanto, doenças secundárias (metástases pulmonares e mediastinais) podem ser detectadas”, afirma.
Densitometria óssea: “A densitometria óssea consiste em um exame de radiologia para determinar a massa óssea corporal”, explica a radiologista Flávia. É principalmente usada para diagnosticar quadros de osteopenia ou de osteoporose, doenças nas quais a densidade e a quantidade de minerais são baixas, e o risco de fraturas é alto. A osteopenia é uma patologia óssea onde os ossos perdem estes minerais e têm menor densidade, o que os torna mais frágeis. Quando a perda óssea é grave, se chama osteoporose.
“É indicada, normalmente, para pacientes do sexo feminino, menopausadas, para detecção da perda óssea devido ao déficit hormonal”, observa a médica. Indivíduos em uso de hormônios tireoidianos, corticosteroides e medicamentos anticonvulsivantes também podem ser requeridos a fazer o exame.
Exames imprescindíveis para homens e mulheres acima de 40 anos
Mamografia: A mamografia é um exame que tem como finalidade detectar o câncer de mama. Ela auxilia a detectar precocemente o câncer de mama, tipo que mais mata as mulheres, e iniciar o quanto antes o tratamento. Segundo Flávia, toda mulher a partir de 40 anos deve realizar um exame de mamografia anualmente.
Exame da Próstata: O exame da próstata inclui o toque retal e o exame de sangue PSA, que são avaliados em conjunto. Contudo, quando o assunto é exame da próstata, exame que serve para diagnosticar o câncer prostático, neoplasia maligna mais comum no homem a partir dos 45 anos, ainda existe pré-conceito, afetando a saúde do órgão. “A recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) é de que homens com mais de 45 anos realizem exames preventivos anuais e os que têm história familiar de câncer prostático, assim como os negros, a prevenção inicie aos 40 anos, em razão da maior incidência da doença nestes grupos”, afirma o urologista e membro da SBU, Marcelo de Campos Lima.
Por Kerlin S. Zimmer