Técnica manual da fisioterapia que atua em doenças e sintomas de origem emocional
Quando o indivíduo chega ao consultório, o foco da terapia será trabalhado no sintoma do paciente, sendo ele físico ou emocional. Depois de uma anamnese rápida, com toques suaves pelo corpo, o profissional localiza possíveis bloqueios e busca cicatrizes que obstruem o corpo, através da perda dos ritmos vitais. Ao detectar uma área com bloqueio, é trabalhado para que o organismo encontre a memória do acontecimento da vida do paciente que o deixou com algum problema de saúde. Em seguida, leves toques feitos com a ponta dos dedos ajudam o organismo a apagar as cicatrizes internas espalhadas pelo corpo, responsáveis pelos sintomas negativos.
Essa técnica é a microfisioterapia, desenvolvida na França há mais de trinta anos. De acordo com o fisioterapeuta Cristhian Willian Lichs, a microfisioterapia parte do princípio de que eventos vividos podem ser a origem de alterações físicas e emocionais, e seu objetivo é buscar a causa do sintoma do paciente – a chamada cicatriz patológica. “Com a causa diagnosticada, é utilizado micropalpações no corpo para estimular mecanismos de autocorreção e eliminar a memória dos traumas físicos, emocionais e tóxicos que ficam registrados no organismo”.
Estimulando os pontos certos no corpo, a microfisioterapia leva o paciente a encontrar a cura dentro do próprio corpo. “Assim como um mapa que nos revela onde estão países, cidades e mares, no organismo as células do nosso corpo nos mostram onde guardamos sentimentos, experiências e traumas. O fisioterapeuta procura no corpo regiões onde há a perda de ritmo vital. Quando é identificado essa perda, é trabalhado seguindo os “mapas” da microfisioterapia”, explica Cristhian.
A sessão de microfisioterapia dura cerca de 45 minutos, e,conforme o fisioterapeuta, é capaz de melhorar inúmeros males físicos e também de origem emocional, tais como fibromialgia, ansiedades e angústias, depressão, síndrome do pânico, traumas físicos (entorses, contusões, acidentes) traumas emocionais (perdas, separações), enxaquecas, agressividade, hiperatividade, distúrbios alimentares, falta de atenção e concentração, distúrbios do sono, distúrbios gastrointestinais (azia, constipação, refluxo, gastrites), sinusites, problemas urogenitais, alergias, medos e fobias.
De acordo com o profissional, a duração do tratamento com a microfisioterapia depende de cada caso. Após cada sessão o organismo precisa de um tempo para se reorganizar e se autocorrigir, e esse tempo pode variar de 45 a 60 dias antes de uma nova sessão. Reações adversas como sono excessivo, cansaço e alterações de humor podem surgir nos primeiros dias após as sessões em alguns pacientes, mas isso é normal e ocorre como sinal de liberação das memórias agressoras que estavam ocasionando problemas ao organismo.
Segundo Cristhian, a técnica pode ser aplicada em pessoas de qualquer idade, desde recém-nascidos a idosos. Conforme ele, a eficácia da técnica e sua importância vêm do fato de que quando o organismo não é capaz de identificar, reconhecer e eliminar esses eventos traumáticos, o corpo perde sua capacidade de autocura, fazendo com que as doenças e seus sintomas se manifestem, e é aí que a microfisioterapia age, oferecendo ao paciente uma nova chance de fazer “ele mesmo” o trabalho inacabado. “Com esse método, o corpo reconhece a presença de um agressor e faz com que o sistema de defesa do organismo reaja e promova a cura dentro de si mesmo”, afirma.
Por Camila Neumann