O estado de espírito que tanto buscamos encontra-se em nós mesmos

 

A felicidade é, realmente, uma das maiores buscas do ser humano. Nela se encontra a origem de todos os nossos sonhos e desejos, sejam eles quais forem. Hoje, vivemos em uma espécie de ditadura da felicidade, onde esse sentimento é nos vendido através da televisão e de anúncios publicitários. Se você não está feliz, pode comprar a felicidade no shopping mais próximo, no bar ou na balada. Se antes éramos felizes porque tínhamos um aparelho de TV e um telefone, hoje somos felizes porque temos um iphone ou ipad.

Essa ideia de felicidade pregada tem feito com que muitas pessoas esqueçam o real significado de ser feliz, o associando a alegrias momentâneas proporcionadas pelo carro do ano ou pela roupa de marca. Contudo, o que é a verdadeira felicidade e como encontrá-la?

A felicidade não é um tipo de coisa que se “encontra” como algo que está fora da gente, como um pote de ouro no final do arco-íris. De acordo com o psicólogo Jeancarlo Faria Goba, a felicidade só é encontrada dentro de si mesmo, através de um crescimento interior que busca o “ser” e não o “ter”, pois o “ter” apenas nos traz um estado de humor, de alegria momentânea, que vem e passa. Segundo ele, a felicidade real é definida pelas conquistas pessoais e não pelas materiais. Ela vem de uma disposição interior, de uma capacidade de ter satisfação com o que se é e não com o que se tem. “Muitas pessoas têm tudo, mas ainda assim são tristes e vazias, porque não construíram bases sólidas para si mesmas para poder sustentar o estado de felicidade”, diz o psicólogo.

 

A felicidade é contagiosa

A felicidade é um sentimento poderoso, e assim como uma gripe, ela pode ser transmitida de um indivíduo para outro de maneira direta ou indireta. Conforme Jeancarlo, nós seres humanos temos um estado que se chama “inconsciente coletivo”. Esse estado age em cima de nosso inconsciente fazendo com que sejamos contagiados pelos sentimentos de outras pessoas. “Se um grupo de pessoas estiver feliz, um grupo que seja forte e que essa felicidade seja real, ele pode acabar atingindo outras pessoas e fazendo com que elas vão em busca da felicidade, talvez não pelos meios que estas pessoas buscaram, mas através de um despertar interno”, afirma.

Não é exatamente uma novidade que o convívio ou até mesmo apenas o contato com pessoas divertidas e alegres é capaz de levantar o ânimo de qualquer um. Mas o que ainda muitos não sabem é a proporção que esse contágio de felicidade pode chegar. Um estudo feito por cientistas norte-americanos e publicado na revista British Medical Journal, em 2008, constatou que a felicidade se espalha de forma ampla ao longo de uma rede de contatos, atingindo não apenas as pessoas diretamente envolvidas, mas também outras com até três graus de afastamento da pessoa que é a “fonte da felicidade”.

De acordo com os cientistas, uma pessoa tem 15% mais chances de usufruir da sensação se estiver em conexão direta com alguém nesse estado de espírito, 10% se seu amigo tiver um amigo feliz e 6% se seu amigo tiver uma pessoa próxima que tenha um amigo feliz.

Porém, sentimentos negativos como a infelicidade e a tristeza também são transmissíveis, e as chances do contágio de felicidade diminuem 7% a cada ser humano amargo que nos rodeia. Segundo o psicólogo Jeancarlo, podemos até estar felizes, mas quando nos deparamos com alguém triste ou estamos em um ambiente que nos deixa triste, esse sentimento irá diminuir o nosso ânimo, nos deixando nesse estado de espírito negativo também.

 

“É impossível ser feliz sozinho”

Isso já dizia Tom Jobim em sua música Wave. Para Jeancarlo, o cantor está certo. “As pessoas precisam buscar aquilo que vai lhe fazer feliz no sentido mais profundo das relações. Nós seres humanos precisamos nos relacionar, conviver com pessoas diferentes, viver em sociedade. As relações humanas são fundamentais para a gente ser feliz”, afirma.

De acordo com o psicólogo, hoje, muitas pessoas vivem em um isolamento tecnológico. Celulares e computadores unem pessoas desconhecidas e que moram distantes uma das outras, e muitas vezes separam aquelas que estão próximas. “As pessoas conversam com o mundo todo, mas ainda assim se sentem sozinhas, sem amigos, sem a presença de uma pessoa perto, que você possa sentir. Nós precisamos sentir e se não sentimos, a vida perde o seu sentido”, acentua Jeancarlo.

 

 Por Camila Neumann

 

 

Fonte do estudo da felicidade: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=a-felicidade-e-contagiante–dizem-cientistas

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