Novas ciências revelam que o DNA é o responsável pela forma como aproveitamos os nutrientes e indica quais alimentos são mais benéficos à saúde de cada um

 

Que a alimentação adequada promove saúde, bem estar e qualidade de vida, não há dúvida. No entanto, escolher o que se vai comer é muito mais importante do que imaginamos. A alimentação é capaz de reduzir o risco às doenças crônicas, como as cardiovasculares, obesidade, diabetes e hipertensão. Já no século IV a.C., Hipócrates, considerado o pai da medicina, dizia: “faça do teu alimento teu medicamento e de teu medicamento teu alimento”, afirmação que continua correta e ganhando força no atual momento.

Uma alimentação equilibrada significa bom funcionamento físico e mental e faz toda a diferença no desempenho das atividades profissionais e pessoais. Se essa consciência já é um grande avanço para a saúde, imagina se pudéssemos fazer uma dieta personalizada, baseada no nosso próprio metabolismo? Não seria algo fantástico? Sim, e já é, isso é uma realidade aqui no Brasil.

Novidades científicas já estão disponíveis para ajudar na escolha do cardápio e na luta contra a obesidade. A nutrigenética, uma nova ciência que estuda as interações entre nutrição e genética, busca identificar a alimentação mais adequada para cada indivíduo, de maneira personalizada. “A análise nutrigenética permite conhecer as diversidades do patrimônio genético de cada um e definir um plano alimentar específico para cada perfil genético”, explica o médico adepto da medicina preventiva, Fábio Sguissardi, que revela mais uma ótima notícia – é possível modificar a expressão dos gens a nosso favor se nos alimentarmos corretamente. A nutrigenômica é a responsável por essas constatações.

O conhecimento do perfil genético possibilita programar a alimentação mais indicada até agir de forma antecipada na prevenção de várias doenças, inclusive patologias mais graves como cânceres e diabetes. Segundo Fábio, alguns genes são responsáveis por carregarem informações que conduzem a determinadas doenças e podem ser silenciados ou ativados pelo uso regular de certos alimentos ou nutrientes. “Hoje é possível melhorar o bem estar e manter uma boa saúde por longo tempo com a modificação alimentar e estilo de vida próprio para o seu organismo, compensando  problemas de origem genética”, revela.

Além disso, porque algumas pessoas comem de tudo e permanecem com o mesmo peso e outras não, causando até uma inveja nas amigas? O médico da medicina preventiva explica que mesmo indivíduos que se alimentam com ingredientes e quantidades iguais, alguns ganham mais peso que os outros, isto porque os genes causam uma reação diferente ao mesmo estímulo. E se você ingerisse, em maior proporção, os nutrientes que o seu corpo tem mais facilidade de metabolizar, você iria perder peso e conquistar o corpo ideal para sua estrutura. Para quem sempre está brigando com a balança e colocando a culpa na dificuldade de emagrecer em seu “metabolismo lento”, é uma solução muito conveniente.

No teste genético também é identificado as variantes do DNA que modulam a capacidade de metabolizar as gorduras e os carboidratos. “Ele oferece a proporção de gorduras e de carboidratos que o organismo pode metabolizar com maior facilidade, ajudando assim a alcançar de maneira mais rápida o peso ideal e a mantê-lo com o passar do tempo”, salienta Fábio.

As variantes genéticas, segundo o médico, possibilita identificar o “perfil alimentar” que você se enquadra dentro das seis macro áreas. “Sabendo qual é o seu perfil alimentar, trabalhamos, em conjunto com um nutricionista, um cronograma alimentar personalizado para alcançar ou manter o peso ideal, assim como para evitar doenças futuras ocasionadas pela alimentação inadequada”. Por exemplo, se você se enquadra no grupo A possui o metabolismo dos lipídios favorecido em relação aos dos carboidratos, mas a presença de uma variável genética específica aconselha prestar maior atenção às gorduras saturadas. Cada grupo tem as suas características específicas e os conselhos são com base nelas.

O teste genético é um mecanismo completo e valioso à saúde. Ele concebe ainda informações sobre o metabolismo dos nutrientes e identifica intolerâncias alimentares genéticas.   “O ácido fólico, por exemplo, essencial para a prevenção de más formações neonatais e importante na prevenção de patologias cardiovasculares, a sua disponibilidade depende do funcionamento de alguns genes, onde o teste genético indica eventuais comprometimentos do processo para a manutenção de um aporte adequado desse importante nutriente”, pondera Fábio.

A vitamina D, tão falada atualmente, que é fonte essencial para a absorção do cálcio, uma ótima aliada na resposta imunológica e na prevenção de doenças, como a osteoporose, é possível também identificar a quantidade assimilada pelo organismo através do teste genético. “Este identifica as variantes do DNA que alteram a assimilação da vitamina D contida nos alimentos, e com isso é possível modificar o regime alimentar e reestabelecer o correto equilíbrio metabólico”, afirma o médico. Além disso, o teste genético ainda permite avaliar o metabolismo das gorduras e a capacidade de o organismo eliminar as toxinas presentes.

Mutações do DNA, que alteram o metabolismo de determinados nutrientes, são responsáveis pelas intolerâncias de origem genética. “A intolerância genética não é transitória, ela acompanha o paciente portador por toda a vida, mesmo que a intensidade dos distúrbios varie de forma considerável, dependendo de outros fatores individuais, desprezar uma sensibilidade a determinados nutrientes pode provocar o surgimento de distúrbios mais graves a longo prazo”, ressalta o médico. As principais substâncias que ocasionam o distúrbio da intolerância são a lactose, glúten, sal e cafeína, que se ingeridas pelos portadores aumenta o risco de desenvolver uma série de patologias.

Saber qual a alimentação indicada para o seu corpo e o que não comer é algo indescritível para quem visa qualidade de vida e uma vida longa, mas longe das doenças pertinentes dessa idade. O exame do DNA também está contribuindo de maneira significativa no mundo do esporte e do fitness identificando as predisposições genéticas individuais que oferece maiores possibilidades de sucesso e ajudando a descobrir com antecedência o treinamento que mais valoriza as suas potencialidades.

 

Como é realizado o teste genético

Através de um kit específico próprio para a realização do exame, o profissional capacitado nessa área coleta certa quantidade de células da mucosa da bochecha do paciente, com um material próprio para isso, e envia para o laboratório credenciado que fará a análise do DNA.

O relatório do teste é composto por várias seções que contêm as características genéticas individuais, os conselhos nutricionais personalizados, as bases científicas do teste e a bibliografia referencial.

 

Perfis Alimentares

Através dos genes identificados no exame é possível detectar qual é o seu perfil alimentar e, com base nessas informações, o nutricionista irá elaborar um cardápio favorável ao seu metabolismo, que contribui para o emagrecimento adequado e a manter o peso ideal. Conheça abaixo os perfis alimentares que podem ser diagnosticados:

Perfil A =  indicado ingerir 40%  de carboidrato e 40% proteína

B = 40% carboidrato, 30% proteína, 30% gordura

C = 30% gordura, 50% carboidrato

D = 20 % gordura, 50% carboidrato

E = 25 – 35% gordura, 50% carboidrato

F = 40% gordura, 30% carboidrato

 

Para aclarar mais sobre o exame do perfil genético, vamos mostrar a primeira parte do resultado do exame do Dr. Fábio Sguissardi, referente ao controle de peso. Dr. Fábio autorizou a reprodução dos dados à Revista Mais Saúde.

 

O Perfil Genético

 Metabolismo

 

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