O ideal para o consumo diário são apenas 6 gramas
Que o exagero faz mal todo mundo sabe, mas o nível elevado de sódio no organismo pode ir além, sobrecarregando o coração e com isso elevando a incidência de infarto e doenças vasculares. É o que explica o cardiologista Antônio Geraldo Pacheco Barbosa. “O acúmulo de sódio no organismo causa uma necessidade maior de diluição e, muitas vezes, a pessoa não bebe tanta água assim que se faça possível a diluição adequada”.
Vale ressaltar que sódio e sal não são iguais. O sódio é um mineral que está presente naturalmente na maioria dos alimentos, mas o seu consumo excessivo acontece quando ingerimos sal exageradamente, já que essa é a fonte mais abundante de sódio.
O sódio, presente nos alimentos industrializados, temperos prontos, enlatados e até comidas caseiras, quando não ingerido na quantidade ideal se torna um risco ao coração. “A principal causa é a hipertensão e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares”, explica o cardiologista.
Outra causa muito comum é o problema com os rins, que com o excesso de sódio no organismo ficam com a capacidade limitada para filtrar e excretar o sódio. E quando o consumo é muito elevado, trabalham sob grande pressão e podem ter seu funcionamento comprometido.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, para que um alimento seja considerado rico em sódio, ele deve conter mais do que 480 mg por porção. Alguns exemplos: batata chips (1 pacote de 100g) – 594 mg de sódio; linguiça (2 unidades de 100g) – 1294 mg de sódio; macarrão instantâneo (1 pacote) – 1760 mg de sódio; sopa instantânea (1 caneca de 200 ml) – 792 mg de sódio; azeitona verde (30g) – 925 mg; presunto magro (cerca de 50g) – 700 mg.
Novos hábitos
Para incentivar hábitos mais saudáveis de alimentação, recentemente o governo federal assinou um termo de compromisso junto às associações que representam os produtores de alimentos processados, estabelecendo um plano de redução gradual na quantidade de sódio, definindo o teor máximo de sódio a cada 100 gramas em alimentos industrializados.
Outra iniciativa foi da Anvisa, que lançou um documento de orientação no preparo do famoso pão francês, um dos itens que mais contribuem para o consumo de sódio entre os brasileiros. Atualmente, o pão leva cerca de 320 mg de sódio por unidade. A meta da agência é diminuir este índice para 204 mg.