Cuidar da saúde dos cabelos e perceber quando a sua queda está excessiva pode ajudar na prevenção da calvície
É um meio personalizado de exibição e a sua aparência está muitas vezes ligada à percepção de saúde, sentimento de autoconfiança e auto-estima elevada. O cabelo, em algumas culturas assinala diferenças sociais ou profissionais, já em outras atende a exigências religiosas ou até mesmo a posicionamentos políticos. Valorizando uma imagem clássica ou radical, os cabelos são repletos de significados congregados a conceitos de pura ousadia, juventude, liberdade, seriedade e poder, por isso perdê-los em quantidade demasiada significa algo grave, para muitos.
De fato, foi sugerido que a perda do cabelo pode ter sido o impulso para o interesse de Hipócrates pelos caminhos da medicina. “Estima-se que haja cinco milhões de folículos pilosos no corpo de um adulto, com um milhão na cabeça, dos quais 100.000 cobrem o couro cabeludo. Nos humanos, somente a pele das palmas e plantas são desprovidas de folículos pilosos”, afirma a dermatologista, Dra. Renata F. Carrara Tavares. A queda normal de cabelo é de 50 a 100 fios diários, onde sempre que um fio cai é substituído por outro no mesmo folículo, dando início a um novo ciclo de crescimento.
Os cabelos, segundo a dermatologista, são pêlos terminais queratinizados produzidos pelos folículos pilosos que crescem no couro cabeludo, são mais espesso e comprido que os pêlos fetais ou lanugos (pêlos mais finos e claros) presentes em outras regiões do corpo.
Conforme dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), os cabelos podem ser loiros, castanhos, ruivos ou pretos, de acordo com o nível de melanina presente em sua composição.
Ciclo de crescimento dos cabelos
Em circunstâncias normais, a produção do cabelo em cada folículo ocorre de maneira cíclica em três fases: anágena (crescimento ativo), telógena (repouso) e catágena (queda). “A fibra do pêlo é produzida na fase anágena ou fase de crescimento ativo. Esta pode ser subdividida em proanágena (que marca a iniciação do crescimento), meságena e metanágena. Seguindo-se à fase de crescimento ativo, o folículo entra em período de regressão controlada. Após, o folículo entra em seu estado de repouso, antes de ciclar de volta para anágena”, diz Renata.
O crescimento normal do cabelo, segundo a médica, varia de 6 mm a 1,2cm por mês. “Esse crescimento vai depender da localização do folículo piloso, da idade e sexo. Períodos de crescimento duram entre 2 e 8 anos, são seguidos por um breve período de degradação de 2 a 4 semanas e, então, passam para a fase de repouso que dura de 2 a 4 meses”, explica.
Fatores responsáveis pela queda capilar
As causas de queda capilar são variáveis. “Desde alterações locais como oleosidade, dermatite seborréica, psoríase, uso de tintura e químicos fortes para alisamento, uso de medicamentos como corticosteróides, quimioterápicos, antidepressivos, problemas sistêmicos como tireoidopatia, anemias carenciais, lúpus eritematoso, estresse, entre outros”, esclarece Renata, lembrando que a queda também pode ser sazonal, principalmente no outono e inverno onde há maior troca de fios.
O agente mais comum da perda de cabelo é a calvície hereditária que pode ser herdada tanto do lado materno quanto do lado paterno da família. Mulheres com essa herança genética desenvolvem cabelos ralos, mas não se tornam completamente carecas (www.sbcd.org.br). Essa condição é chamada de alopecia androgenética. “O quadro androgenético é determinado pela ação da enzima 5-alfa-redutase que faz com que os fios vão reduzindo-se de espessura até que a própria raiz folicular é reabsorvida, pode ocorrer tanto em homens como em mulheres e começar no início da fase adulta, aos 20 ou 30 anos. Nas mulheres a manifestação é mais tardia comparada aos homens e piora após a menopausa. Não há cura, porém existem tratamentos medicamentosos”, explica a dermatologista. Em relação ao transplante, Renata diz que hoje é eficiente, pois se utilizam unidades foliculares para o mesmo, porém os pacientes precisam continuar com o tratamento clínico com xampus e tônicos específicos, finasterida ou dufasterisa oral para manter os resultados do transplante.
Ao perceber que seus cabelos estão caindo em grande quantidade depois de penteá-los ou lavá-los, ou que estes estão se tornando mais finos ou escassos deve-se consultar seu dermatologista.
