Segundo o pesquisador, Les Mayhew, do Escritório Nacional de Estatísticas Nacionais da Grã-Bretanha, a expectativa de vida de ambos os sexos está crescendo, mas o índice dos homens cresce a um ritmo mais acelerado. Ele analisou dados de expectativa de vida da Inglaterra e do País de Gales, mas outros pesquisadores percebem um padrão global nos estudos de Mayhew. O pesquisador estava analisando os dados de pessoas com 30 anos de idade na ocasião do estudo e qual seria a expectativa de vida deles.
O estudo mostrou que os homens ficaram atrás das mulheres em relação à expectativa de vida ao longo de várias décadas, mas que agora eles estão se aproximando. Se a atual tendência prosseguir, afirma o analista, ambos os sexos poderão viver, em média, até os 87 anos em 2030.
”O interessante é que nos últimos 20 anos, a expectativa de vida de homens na faixa dos 30 anos aumentou em seis anos. Se seguir aumentando, nos próximos 20 anos, a expectativa de vida masculina irá coincidir com a feminina’, diz.
Os motivos disso, segundo o analista, podem estar ligados aos homens estarem levando um estilo de vida mais saudável. ”Uma das principais razões, acredito, é a tendência de declínio do hábito de fumar. O fumo ganhou força entre a população masculina na década de 20. E em seu ápice, na década de 70, 80% dos homens fumavam. A expectativa de vida nesse período registrava uma disparidade de 5,7 anos entre homens e mulheres”, afirma Mayhew.
Outros fatores, conforme ele, seriam mudanças no ambiente de trabalho dos homens, que, em sua maioria, passaram a ser ofícios realizados em escritórios e não mais em ambientes que ofereciam danos à saúde.
Um menino e uma menina nascidos no mesmo dia ainda tem a mesma expectativa de vida, mas o estudo se concentrou somente em pessoas que já chegaram aos 30 anos. Os meninos são mais propensos a morrer em seu primeiro ano de vida e mais sujeitos a se envolver em acidentes fatais ou com esportes que oferecem riscos de vida. Por isso, as mulheres ainda poderão prosseguir na dianteira, se tratando de expectativa de vida, nos próximos anos.
De acordo com David Leon, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, “na maioria dos países do mundo, as mulheres ainda tem uma ligeira vantagem”. Mas ele afirmou que as disparidades estavam diminuindo em alguns países. Os que contam com baixas expectativas de vida, como a África subsaariana, tem pouca diferença entre os sexos. Isso se deve ao fato de que tais nações, segundo David Leon, enfrentam doenças infecciosas que ”não escolhem entre homens e mulheres”.
Em países que conseguiram superar as taxas das principais doenças infecciosas, como os do Leste Europeu, a diferença é maior, ainda dominada por fatores ligados aos contrastantes estilos de vida de homens e mulheres, comenta o pesquisador.
Durante um período, na década de 90, as expectativas de vida na Rússia chegaram a alcançar um nível de 13 anos de diferença entre homens e mulheres. Contudo, este quadro promete mudar nos próximos anos.
Por: Naiara Persegona
Adaptado de: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/04/120423_vida_homens_bg.shtml